O Modelo Pedagógico Virtual da Universidade Aberta
O Modelo Pedagógico Virtual (MPV) da Universidade Aberta (UAb) já foi idealizado há mais de uma década! Nesse sentido, parece-me importante ressalvar que alguns dos seus princípios orientadores poderão carecer de atualização ou de ajustes ao longo do tempo; mesmo na altura da sua conceção, frisou-se que o documento se tratava de algo em aberto e não definitivo.
O MPV da UAB foi concebido tendo como base quatro grandes linhas de força: a aprendizagem centrada no estudante, o primado da flexibilidade, o primado da interação e o princípio da inclusão digital (Pereira et al., 2007). Os autores esclarecem que, o modelo pedagógico virtual alicerçado sob essas quatro linhas estruturantes do processo de ensino e aprendizagem está em conformidade com a nova geração da educação on-line. A UAb abandonou processos de aprendizagem “essencialmente individuais, autodirigidos e socialmente descontextualizados” (Amante, 2011: 4).
O modelo em minha opinião comporta um conjunto de potencialidades e limitações – próprias de um documento vivo e em constante confrontação com mudanças sociais, culturais e tecnológicas. O modelo da UAb inscreve-se numa tendência contemporânea onde há uma valorização que a instituição de ensino passe a centrar-se no estudante e não no professor.
Potencialidades:
- Flexibilidade: ao estudante é dada a possibilidade de aprender, pesquisar, refletir, ao seu ritmo e tendo em atenção as suas caraterísticas individuais e nível de horários;
- Concilia ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona;
- A opção por modalidades de avaliação (contínua ou final), na maioria de UC´s de 1º ciclo;
- A transparência no processo de aprendizagem e avaliação (com destaque para o Plano da Unidade Curricular e Contrato de Aprendizagem);
- Inclusão digital, algo intrínseco à própria condição de ser estudante num modelo com primazia das tecnologias e do mundo online. Aqui merece destaque o MAO que dota os estudantes de conhecimentos e competências básicas na utilização das TIC (facilita a alfabetização digital), e desta forma o novo estudante tem contacto prévio com a plataforma virtual de aprendizagem, tal possibilita simular como será estudar na UAb e a aquisição de competências de navegação e de comunicação em ambientes virtuais.
Quanto a limitações:
- A aplicação e dinamização do modelo tem relação com a competência do docente, bem como, da disponibilidade para o envolvimento por parte dos estudantes (sobretudo nas componentes de interação e colaboração);
- Reduzida produção audiovisual de suporte a atividades, algo que depende do docente;
- Limitações que entendo serem do lado dos e-estudantes: o processo online requer empenho e disciplina para poder ser acompanhado, os e-estudantes apresentam responsabilidades várias família-trabalho-estudo, o que às vezes torna-se difícil de conciliar as diferentes responsabilidades.
O modelo valoriza o processo pedagógico e as interações humanas usando as tecnologias, sendo estas um recurso pedagógico inerente ao próprio processo.
Veja como é estudar na UAb - http://www2.uab.pt/TVUAb/videoDetail.php?Video=88&Menu=13
Bibliografia:
Amante, L. (2011). Formação de professores: a experiência da Universidade Aberta de Portugal
Amante, L. (2011). Formação de professores: a experiência da Universidade Aberta de Portugal
Pereira, A., Mendes, A., Morgado, L., Amante, L., Bidarra, J. (2007). Modelo Pedagógico Virtual da Universidade Aberta. Universidade Aberta. Revista percursos. 12:1
Comentários
Enviar um comentário