A educação na sociedade em rede e do conhecimento


Com o advento da internet e das tecnologias digitais um novo paradigma social surge, denominado como sociedade da informação ou sociedade em rede assente no poder da informação, sociedade do conhecimento ou sociedade da aprendizagem.

Seguindo o trabalho de Castells (1999), a revolução tecnológica originou o informacionalismo que se tornou a base material desta nova sociedade, em que a liberdade individual e da comunicação aberta se tornaram os valores máximos. Para o mesmo autor, no informacionalismo, as tecnologias adoptam um papel de destaque em todos os segmentos sociais, possibilitando o entendimento da nova estrutura social - sociedade em rede – e consequentemente, de uma nova economia, que considera a tecnologia da informação um instrumento imprescindível na manipulação da informação e construção do conhecimento pelos indivíduos, pois “a geração, processamento e transmissão da informação torna-se a principal fonte de produtividade e de poder” (Castells,1999: 21).

Na sociedade em rede as distâncias veem-se encurtadas, a sociabilidade assenta na dimensão virtual, praticável e fomentada pelas novas tecnologias, que transcendem o espaço e o tempo (Castells, 1999); a sociedade em rede alicerçada no conhecimento tem vínculo direto às trocas de informação e interação com o mundo, podemos compartilhar notícias e informação, e socializar com distintas pessoas nas redes sociais (Silva e Siluk, 2016). Para Hargreaves (2003), a sociedade do conhecimento é uma sociedade da aprendizagem, visto que, a produção do conhecimento depende da capacidade dos seus membros de se adaptarem às mudanças continuando a aprender de forma autónoma e uns com os outros; na era digital, os indivíduos imbuídos do desejo de adquirem mais conhecimentos, e seguirem a sua formação “ao longo da vida”, procuram ambientes virtuais de aprendizagem.

Os avanços sociais, económicos, culturais e tecnológicos vêm provocando mudanças na esfera individual dos sujeitos, e têm evidentemente gerado impacto na educação (Vendruscolo e Behar, 2016).

Com a nova Web (Web 2.0) os utilizadores ganharam um papel ativo, tornaram-se produtores de conteúdos e podem coloca-los online; a facilidade de publicar gera a possibilidade de criar comunidades em volta de um tema comum; e quantos mais membros envolvidos na produção de conteúdo para a web maior é a atualização, a confirmação e a validação dos conteúdos (Junior e Coutinho, 2009). A Web 2.0 revolucionou a internet, e abriu o ensino a novas ideias, a internet engloba um enorme manancial de informação, que é possível aceder em acordo com a necessidade de cada um, e que se prende com tempo, contexto e caraterísticas de cada sujeito. Ferramentas da nova web, como blogues e wikis, as redes sociais, podem promover atividades que estimulem os estudantes a trabalhar colaborativamente permitindo novas formas de interação e contacto entre professores – estudantes - matérias. O papel do professor e do estudante, nesta nova era ganham novo protagonismo.

O progresso das tecnologias digitais conduziu a alterações a nível de comunicação, cooperação, interação pessoal, introduziu novas formas de acesso e construção de conhecimento e novas formas de relacionamento entre conteúdos e agentes do processo, as tecnologias têm vindo a contribuir para o crescendo da educação aberta a distância, uma vez que esta recorre a redes, e em particular à internet como infraestrutura de suporte.

Nesta mesma linha Goulão (2005), referindo-se às novas formas de estruturar os sistemas de ensino considera ser fundamental refletir o conceito de aprendizagem e os espaços em que esta ocorre, para a autora o enfoque do novo paradigma deve ser colocado na aprendizagem, na colaboração e partilha de conhecimentos entre todos os atores do processo.

Desta forma, a educação a distância (educação aberta a distância) afigura-se como uma ferramenta importante no contexto do novo paradigma da sociedade da informação, em rede, do conhecimento, e da aprendizagem!

No virar do paradigma educativo, onde se ensina e aprende a distância (onde a distância pode ser considerada um paradoxo), o professor passa a funcionar como o mediador e dinamizador da aprendizagem do aluno, ensina-o a aprender a aprender, para tal auxilia-se de metodologias flexíveis que abarquem diferentes recursos didáticos, conteúdos interativos, e diversidade de canais de comunicação, e dá margem ao aprendente para que escolha a forma que está mais de acordo com o estilo de aprendizagem. O aprendente ganha uma postura pró-ativa, crítica e reflexiva, de maior responsabilidade, autonomia na escolha do tempo, espaço, e percurso de aprendizagem em conformidade com a sua disponibilidade, o seu ritmo e estilo de aprendizagem.


Bibliografia:

CASTELLS, M. (1999). A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra.

JÚNIOR, J. e COUTINHO, C. (2009). A educação a distância para a formação ao longo da vida na sociedade do conhecimento. Livro de actas do congresso internacional Galego-Portugués de Psicopedagoxia. Pp. 613-623

GOULÃO, M. (2005). Ensinar e aprender a distância: algumas considerações. Universidade Aberta. Pp. 391-399

HARGREAVES, A. (2003). O Ensino na Sociedade do Conhecimento: a educação na era da insegurança. Porto Alegre: Artmed.

SILVA, Z. e SILUK, A. (2016). Tecnologias educacionais em rede: perspetivas na educação a distância. Simpósio internacional de educação a distância. Encontro de pesquisadores em educação a distância. 8 a 27 de setembro de 2016

VENDRUSCOLO e BEHAR (2016).




Comentários

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